LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO

DESENHO TÉCNICO – BREVE INTRODUÇÃO

É bom lembrar que...

- O desenho técnico/arquitetônico é artesanato em plena Era da Tecnologia, mas...

- Já existem máquinas, ligadas a computadores, que desenham levantamentos topográficos completos, planos urbanos (cidade) e – claro – projetos de arquitetura, inclusive apresentando cortes, fachadas, perspectivas externas e internas, na posição que for escolhida para o observador ou mostrando o objeto em movimento.

Exemplo de Planta Técnica

NORMAS DE DESENHOS TÉCNICOS

NORMAS DE DESENHOS TÉCNICOS

NBR 10647 (Abr/1989) - esta norma estabelece, dentre outras terminologias, a classificação do desenho segundo o seu aspecto geométrico.

O desenho técnico pode ser dividido em duas grandes modalidades:

Perspectivas e Vistas Ortogonais

Projeto de Instalação Elétrica Residencial

Desenhos não-projetivos compreendem os gráficos e diagramas resultantes de cálculos algébricos. Este tipo de desenho não representa nenhuma importância direta para esta disciplina.

Diante dos exemplos apresentados, podemos observar que o desenho projetivo pode ser utilizado em diversas áreas de concentração da engenharia e arquitetura: desenho de máquinas, desenho mecânico, desenho arquitetônico, estrutural, elétrico e paisagísticos.

Apesar de sua grande abrangência, a aplicação do desenho técnico segue, em todas as áreas os mesmo padrões de referência estabelecidos pelas normas técnicas brasileiras.

NBR 10068 (Out/ 1987) – determina e padroniza as dimensões e o layout das folhas a serem empregadas na confecção dos desenhos.

As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical quanto na posição horizontal.

O formato básico para papel, recomendado pela ISO e utilizado em grande parte dos países, é o formato A0, da série A, cuja dimensões (841 x1188) resultam numa área de 1 (um) m2.

Os outros papéis resulta de subdivisões deste, como apresentado na figura a seguir. Há uma relação matemática entre essas dimensões, que se aplicam a todos os demais formatos da série A: o lado menor multiplicado pela 2 é igual ao lado maior. Assim, no formato A0, 841 (raiz de 2) = 1188.

Nota-se que, o papel de formato A1 tem a metade da área do papel de formato A0. O papel A2 tem a metade da área do A1, e assim por diante.

Além da série A, existem também, as séries B e C, que são utilizados em casos excepcionais e não tem muita aplicabilidade no desenho técnico.

A normalização dos formatos tem por objetivo proporcionar o melhor aproveitamento do material, com o mínimo de perdas por recortes, facilitando seu arquivamento.

Carimbo (legenda ou selo)

O carimbo deve conter toda a identificação do desenho: nome do proprietário ou empresa pra o qual o projeto será realizado; número de registro, título e escala do desenho; nome dos responsáveis pelo projeto e execução, assinaturas; data e número da prancha. A legenda deve ter comprimento 178 mm nos formatos A4, A3, A2, e 175 mm nos formatos A1 e A0. A posição da legenda deve ser no canto inferior tanto em folhas horizontais quanto verticais, conforme apresentado na figura a seguir.

NBR 13142 (Mai/ 1994) – esta norma estabelece as condições para o dobramento do papel de modo a facilitar o seu arquivamento.

NBR 8403 (Mar/ 1984) – esta norma determina os tipos e o escalonamento dos traçados utilizados em desenhos técnicos.

Traçados

Para a execução desta linha há duas técnicas:

Neste caso é aconselhável ensaiar algumas tentativas para obter a direção desejada e só após traçar, como mostram as figuras a seguir.

Para a boa confecção de um desenho os traços devem apresentar regularidade em toda sua extensão. Assim, a uniformidade do traçado deve ser minuciosamente observada, devendo ser mantida a espessura escolhida, do início ao fim, sem que haja interrupções, como pedaços de traço apagados ou não completados. As linhas contínuas não devem ultrapassar os cantos ou deixar de alcançá-los; os diversos traços de uma linha tracejada devem ter comprimentos aproximadamente iguais e ser equidistantes.

NBR 8402 (Mar/ 1994) – esta norma fixa os princípios da escrita utilizada em desenhos técnicos e documentos semelhantes. Para se obter maior legitimidade os tipos de letras e algarismos devem ser legíveis e de fácil execução. É recomendável que se utilize letras verticais, maiúsculas e do tipo BASTÃO. As letras minúsculas e as inclinadas também podem, casualmente, serem utilizadas.

Alguns parâmetros devem ser observados a fim de se obter um letreiro harmonioso:

PROJETO TÉCNICO/ARQUITETÔNICO

Projeto técnico consiste na representação geométrica das diferentes projeções, vistas ou seções de um edifício ou parte do mesmo, munindo-se de convenções que venham auxiliar na leitura e execução da obra.

O projeto técnico é composto de:

É a principal representação gráfica de uma construção, pois consiste na visualização superior da construção, supondo-se a mesma cortada por um plano horizontal situado a aproximadamente 1,50 m de altura e retirando-se a parte superior, o ideal é que as janelas sejam cortadas pelo plano horizontal, tal como representado na figura a lado.

Nela deverão conter as disposições dos cômodos e posição de paredes, portas e janelas, com medidas horizontais.

Na maioria dos projetos arquitetônicos a escala usada é de 1:50, mas em casos excepcionais usamos a escala de 1:100.

Recomendações:

Etapas para a confecção de uma planta baixa:

  1. Primeira fase :
    1. marcar o contorno externo do projeto
    2. desenhar as espessuras das paredes externas
    3. desenhar as principais divisões internas
  2. Segunda fase:
    1. desenhar as portas e janelas porta = P: largura x altura (P: .90 x 2.10 m) janela = J: base x altura (J: 1.1 x .90 m) Na escolha da posição das portas devemos dar preferência as extremidades e deixar no mínimo 0,10 m de parede (boneca) para fixação das guarnições.
    2. apagar os excessos das linhas traçadas
    3. desenhar a projeção da cobertura (beiral), as quais devem ser maiores que 0,50 m.
  3. Terceira fase:
    1. desenhar as linhas pontilhadas (beiral, janelas altas)
    2. Acentuar as espessuras dos traços (paredes)
    3. colocar linhas de cotas e cotar (inclusive as cotas de nível dos pisos)
    4. escrever o nome dos compartimentos
    5. indicar a posição dos cortes e indicar o Norte.

    CORTES

    O corte consiste na visualização da construção, após a mesma ter sido cortada por um plano vertical e retirada a parte anterior. Tem por finalidade apresentar as várias alturas de um prédio , tais como pé direito, altura de janelas e portas, altura de peitoris, vigas, vergas, etc.

    Além disso, através dos cortes apresentamos os principais detalhes das fundações, lajes, coberturas e outros.

    Recomendações:

    Etapas para a confecção dos cortes:

    1. desenhar a linha do terreno
    2. marcar a cota do piso e traçar
    3. desenhar as paredes externas e marcar as alturas
    4. desenhar o forro quando houver
    5. desenhar a cobertura ou telhado
    6. desenhar as paredes internas cortadas pelo plano
    7. marcar a portas e janelas cortadas pelo plano de corte
    8. desenhar os elementos não cortados (janelas e portas)
    9. colocar as linhas de cota e cotar
    10. repassar os traços em todo desenho, os finos, médios e, por último, os grossos.

    FACHADA

    A fachada tem por finalidade mostrar como serão as faces do prédio, exteriormente, após ser concluída a obra.


    Recomendações:

    PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTURA

    1. Locação: serve para alocar a construção dentro dos limites do terreno. Esta deve mostrar muros, portões, árvores existentes ou a serem plantadas, um ponto de referência que desperte interesse e a orientação cardeal (norte).
    1. Cobertura: pode indicar a disposição dos vários planos do telhado e o sentido de queda das águas pluviais. A cada plano do telhado damos a denominação de água.

    Recomendações:

    PLANTA DE SITUAÇÃO

    Consiste na visualização superior do terreno e da construção situada em seu interior. Indica a forma e dimensões do terreno, os lotes e as quadras vizinhas, limites da propriedade ou parte dela e ruas ou estradas de acesso. Em geral, são representadas na escala de 1:500, 1:000 ou 1:2000.

    Representação em Cores

    Na representação dos projetos A CONSTRUIR usa-se a cor PRETA em todos os traços. Na representação de REFORMA de uma construção é indispensável diferenciar MUITO BEM o que existe e o que será demolido ou acrescentado. Estas indicações podem ser feitas usando as cores:


    A figura a seguir exemplifica a utilização das cores para a representação de um projeto de reforma.

    PLANTA DE LAYOUT

    Auxilia a definir as áreas de circulação de acordo com a posição dos equipamentos e móveis que o cliente queira colocar ou que já disponha e não deseje se desfazer.

    É necessário que os móveis estejam com as dimensões reais para as alterações no projeto.

    Recomendações:

    Layout pode ser entendido como um arranjo físico, disposição de peças (nesse caso mobiliário) em planta baixa, visando o melhor funcionamento possível do espaço a ser trabalhado, proporcionando segurança, conforto e produtividade das pessoas que vão utilizar esse espaço.